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Processo de formação das palavras

Processo de formação de palavras é o processo a partir do qual as palavras na língua portuguesa podem ser formadas.
Imagem mostrando os vários processos de formação de palavras: derivação, composição, hibridismo, redução e neologismo.
Na língua portuguesa, as palavras são formadas principalmente pela derivação e pela composição. (Créditos de imagem: Gabriel Franco | Mundo Educação)

Processo de formação de palavras é o processo a partir do qual as palavras na língua portuguesa podem ser formadas. Na língua portuguesa, as palavras são formadas principalmente por dois processos de formação de palavras: derivação e composição. Cada um desses processos forma novas palavras de maneiras distintas. Além desses, as palavras podem ser formadas também por hibridismo, por redução ou por neologismo.

Leia também: Estrangeirismo — o uso de palavras de outros idiomas na língua portuguesa

Resumo sobre o processo de formação das palavras

  • Processo de formação de palavras é o processo a partir do qual as palavras na língua portuguesa podem ser formadas.
  • Os principais processos de formação de palavras são o processo de derivação e o processo de composição.
  • A derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintética, regressiva ou imprópria.
  • A composição pode ser por justaposição ou por aglutinação.
  • Novas palavras também podem surgir de formas não convencionais, como os hibridismos, as reduções e os neologismos.

Quais são os processos de formação de palavras?

Na língua portuguesa, os principais processos de formação de palavras são o processo de derivação e o processo de composição. Além dessas formas de gerar palavras, as palavras podem ser formadas também por formas não convencionais, como por meio de hibridismos, de reduções e de neologismos. Entenda sobre todos esses processos a seguir.

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Processo de derivação

No processo de derivação, uma nova palavra surge a partir de outra já existente, sendo que a nova palavra é derivada da palavra já existente. Há 5 tipos de derivação: prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria.

Derivação prefixal

Na derivação prefixal, um prefixo é incluído na palavra original para criar outra palavra. Os prefixos são “pedaços” de palavras que contêm significados e que aparecem antes do radical da palavra original. Veja alguns exemplos:

Prefixo

Palavra original

Palavra formada

in

fiel

infiel

des

ligar

desligar

pré

disposto

predisposto

Derivação sufixal

Na derivação sufixal, um sufixo é incluído na palavra original para criar outra palavra. O sufixo é um “pedaço” de palavra que contém significado e que aparece após o radical da palavra original. A seguir, alguns exemplos:

Palavra original

Sufixo

Palavra formada

papel

ada

papelada

real

izar

realizar

flor

ir

florir

Derivação parassintética

A derivação parassintética é a mistura entre a derivação prefixal e a derivação sufixal, ou seja, a palavra se origina a partir do acréscimo de um prefixo (antes do radical) e de um sufixo (após o radical). Veja alguns exemplos:

Prefixo

Palavra original

Sufixo

Palavra formada

in

feliz

mente

infelizmente

a

lista

ar

alistar

es

farelo

ado

esfarelado

Derivação regressiva

Na derivação regressiva, a palavra original é diminuída, perdendo algumas partes, para gerar uma nova palavra. Em geral, trata-se de um verbo que originou um substantivo, substituindo a terminação do verbo pelas desinências -a, -e ou -o. Veja:

Palavra original

Palavra formada

atacar

ataque

chorar

choro

falar

fala

Derivação imprópria

A derivação imprópria ocorre quando a forma da palavra permanece a mesma, mas ela é usada de maneira diferente, mudando a sua classe gramatical, de modo que ganha outro significado. Veja:

Vamos jantar onde? / O jantar está na mesa.

No primeiro enunciado, a palavra “jantar” é um verbo. Já no segundo, é um substantivo. Logo, houve derivação imprópria, isto é, a palavra foi empregada como outra classe gramatical, ganhando outro significado.

Processo de composição

No processo de composição, unem-se dois ou mais radicais (ou duas ou mais palavras) para formar a nova palavra. Há dois tipos de composição: por justaposição ou por aglutinação.

Composição por justaposição

Na justaposição, os radicais ou as palavras se unem mantendo, ainda, a forma das palavras originais. Em geral, usa-se hífen (–) para indicar a ligação entre os elementos, mas há palavras que não são hifenizadas. Veja exemplos de palavras compostas por justaposição (com e sem hífen).

Palavra original

Palavra original

Palavra formada

gira

sol

girassol

passa

tempo

passatempo

recém

nascido

recém-nascido

couve

flor

couve-flor

Composição por aglutinação

No processo de aglutinação, a união dos vocábulos para formar o terceiro só acontece havendo alguma alteração na forma das palavras originais. Veja alguns exemplos:

Palavra original

Palavra original

Palavra formada

perna

longo

pernilongo

água

ardente

aguardente

plano

alto

planalto

boca

aberto

boquiaberto

Hibridismo

O hibridismo é um fenômeno em que palavras são criadas no idioma a partir de elementos de palavras de outros idiomas. Na língua portuguesa, a maior parte das palavras geradas a partir do hibridismo envolve morfemas de idiomas como o grego e o latim. Observe:

televisão (tele + visão, do grego e do latim, respectivamente)

automóvel (auto + móvel, do grego e do latim, respectivamente)

Redução

Redução é o processo de formação de palavras a partir da redução da palavra original, sendo que a palavra reduzida torna-se mais popular do que a palavra original.

Palavra original

Palavra formada

fotografia

foto

motocicleta

moto

quilograma

quilo

Neologismo

O neologismo é a criação de um termo com significado novo a partir do formato de palavras ou da união de palavras já existentes no idioma. Veja:

Ele foi identificado como laranja do esquema de corrupção.

Nesse caso, “laranja” é um neologismo. A palavra “laranja” não tem o seu significado original e nem mantém um significado parecido com o original. No contexto, “laranja” significa “nome usado para transações financeiras ilegais”.

Ela vai passar por um teste no bafômetro...

Nesse outro caso, “bafômetro” é considerado um neologismo por unir duas palavras já existentes (bafo + metro) de modo a gerar uma nova palavra: bafômetro, um aparelho usado para medir a concentração de álcool em um organismo a partir do ar expelido pela boca.

Veja também: Qual é a diferença entre abreviação, abreviatura e sigla?

Diferenças entre os processos de derivação e de composição

  • Processo de derivação: a formação da nova palavra depende apenas de um radical, sendo que ele pode ser unido a um prefixo, a um sufixo ou aos dois ao mesmo tempo; pode ocorrer, também, de a palavra original ter sua forma reduzida ou mantida igual.

  • Processo de composição: a formação da nova palavra depende da união que ocorre entre duas ou mais palavras ou entre dois ou mais radicais, não dependendo de prefixo ou de sufixo para ocorrer.

Exercícios resolvidos sobre o processo de formação de palavras

Questão 1

(FGV) No prefácio de um de seus livros, o escritor modernista Mário de Andrade escreveu: “Mas todo este prefácio, com todo o disparate das teorias que contém, não vale coisíssima nenhuma”. Sobre o curioso vocábulo “coisíssima”, é correto afirmar que:

A) o sufixo -íssima aparece ligado a um substantivo e não a um adjetivo, como de hábito;

B) a formação do vocábulo indica intensidade;

C) o vocábulo formado indica a noção de quantidade incontável;

D) o sufixo utilizado no vocábulo corresponde, por tratar-se de um substantivo, ao sufixo aumentativo -ão;

E) a palavra formada é comumente empregada na linguagem erudita pelo fato de o sufixo empregado ser culto.

Resolução:

Alternativa A.

De fato, é mais comum que o sufixo -íssima seja ligado a adjetivos, e não a substantivos, o que gera o estranhamento do vocábulo “coisíssima”.

Questão 2

(FGV - Adaptado) Leia o texto a seguir e responda à questão.

Ressentimento e Covardia

Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação indébita.

No fundo, é um problema técnico que os avanços da informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-história.

Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos ou deformados que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou revista é processado se publicar sem autorização do autor um texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a desmentir e dar espaço ao contraditório.

Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira liberdade.

(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)

A internet tem produzido uma série de neologismos semânticos, ou seja, vocábulos antigos a que foram acoplados sentidos novos; NÃO está nesse caso:

A) sítio;

B) navegar;

C) deletar;

D) arquivo;

E) provedor.

Resolução:

Alternativa C

Ao tratar de neologismo semântico, o enunciado da questão refere-se a palavras já existentes na língua portuguesa e que ganharam novos significados. De todas as alternativas, a palavra “deletar” é a única que não existia anteriormente em língua portuguesa, sendo a alternativa correta para o que se pede na questão.

Fontes

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

Publicado por Guilherme Viana
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